O governo do Rio Grande do Norte publicou na manhã desta terça-feira (18) o decreto que exige o passaporte vacinal para entrada em shoppings, cinemas, bares e restaurantes. O documento determina que todos os ambientes fechados devem exigir a comprovação da vacina contra a Covid, assim como ambientes abertos com capacidade superior a 100 pessoas.
O anúncio do novo decreto com a medida foi anunciado em um coletiva de imprensa com representantes do governo do RN na noite de segunda-feira (17). Ele passa a valer a partir de sexta-feira (21).
Veja o que diz o decreto
Segmentos socioeconômicos
De acordo com o decreto, "os segmentos
socioeconômicos de alimentação, a exemplo de bares e restaurantes, bem como
centros comerciais, galerias e shopping centers que utilizem sistema artificial
de circulação de ar deverão realizar o controle de entrada de cada indivíduo
nas suas dependências, mediante comprovação do esquema vacinal em conformidade
ao calendário de imunização"
O decreto reforça que ficam dispensados da obrigatoriedade os estabelecimentos de alimentação em locais abertos com capacidade máxima de 100 pessoas.
Eventos de massa
Segundo o texto, "os eventos de massa, sociais,
recreativos e similares, inclusive aqueles sem assento para o público, deverão
exigir, para acesso ao local, a comprovação do esquema vacinal". A exceção
fica para eventos de massa com no máximo 100 pessoas e ventilação natural.
"O descumprimento aos protocolos previamente aprovados pela Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) ensejará na suspensão imediata do evento".
O documento diz ainda que os municípios poderão definir medidas e protocolos específicos, prevendo medidas mais protetivas, para eventos de menor porte.
Serviço público estadual
Os órgãos e entidades da Administração Pública Direta
e Indireta do Estado deverão regulamentar "a forma de atendimento ao seu
público-alvo, recomendando-se, neste sentido, a adoção da obrigatoriedade de
comprovação do esquema vacinal em conformidade ao calendário de
imunização".
Recomendação aos municípios
Entre as recomendações, estão fiscalizar o cumprimento
de medida sanitária; implantar medidas de restrição coordenada, simultânea e
regionalizada; esclarecer situação da pandemia à população; realizar busca
ativa da população não-vacinada; suspender realização de festas e eventos
públicos de qualquer natureza; disciplinar acesso às praias, lagoas,
cachoeiras, açudes, rios e similares; disciplinar funcionamento do transporte
público e impedir acesso de passageiros sem utilização das máscaras em
transporte público ou privado.
O texto cita ainda que se deve esclarecer sobre a situação pandêmica atual, inclusive sobre o surto de Influenza; reorganizar as feiras e similares de modo a assegurar o distanciamento social, evitando-se aglomeração de pessoas, mantendo as condições de higiene dos respectivos ambientes.
Fiscalização pelo município
"Os municípios deverão intensificar a
fiscalização do cumprimento das medidas sanitárias de enfrentamento e prevenção
ao novo coronavírus estabelecidas por este Decreto e nos protocolos setoriais,
coibindo aglomerações, seja em espaços públicos ou privados, abertos ou
fechados, sem prejuízo da possibilidade de, no âmbito de sua competência,
editar medidas mais restritivas".
Como vai ser cobrado
O secretário de Saúde do RN, Cipriano Maia, explicou
na coletiva de segunda (17) do governo que a exigência vai ser feita
considerando comprovantes oficiais como o ConecteSUS, o RN+ Vacina e a própria
carteira de vacinação, de papel. "Se você já era pra ter tomado a terceira
dose, vai ser exigida a terceira dose", explicou.
"É preciso que lá na porta o restaurante o bar cobrem a vacina, porque se não nós vamos estar jogando aqui todo esse trabalho em parceria com os municípios fora", reforçou o secretário estadual de Gestão de Projetos e Metas, Fernando Mineiro, que disse ainda que o governo vai disponibilizar as forças de segurança para agir no cumprimento da medida.
"A sociedade precisa entender que é necessário ter o passaporte de vacina pra acessar qualquer local. E as forças de segurança vão estar à disposição do município", pontuou.
Alto contágio e necessidade da vacinação
O secretário de Saúde explicou que a vacinação segue
como fundamental para evitar o agravamento pela doença.
"No Brasil é o momento de alerta, da gente mobilizar a sociedade e os sistemas de saúde para que a gente possa conter a transmissão. Segundo, avançar na vacinação, porque as pessoas que estão se internando em grande maioria são não vacinados ou com vacinação incompleta", explicou.
Segundo ele, a situação "é de extrema alerta".
"Nós estamos vivendo uma sobreposição de duas epidemias. A epidemia da Covid, que tem uma terceira onda em função da ômicron, que tem se mostrado muito mais transmissível que as outras, a proporção de testes positivos muito elevada. E a epidemia Influenza (gripe), que tem levado muita gente pra cama, afastado do trabalho, superlotado as UPAs trazendo também um quadro de muita preocupação, até porque muitos profissionais da saúde têm se afastado. É um quadro extremamente preocupante".
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