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Igreja de Nossa Senhora das Candeias, onde ocorreu o
primeiro massacre
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Hoje é feriado no Rio Grande do Norte. A lei
estadual que instituiu a data é a de número 8.913/2006 e celebra os Mártires de
Cunhaú e Uruaçu.
Conta a história que em 1645 o Rio Grande do Norte
vivia ainda o seu princípio de ocupação. O Estado tinha, já naquela época, uma
população constituída em sua grande maioria por cidadãos católicos e vivia sob
o domínio dos holandeses calvinistas que chegavam ao Brasil para cobrar dívidas
dos portugueses.
Naquele ano, o alemão Jacob Rabbi comandou dois
massacres que ficariam marcados para sempre na história do Estado. O primeiro
foi no engenho de Cunhaú, em Canguaretama, durante uma missa celebrada pelo padre
André de Soveral, em 15 de julho, onde fiéis foram dizimados por tropas de
índios tapuias e soldados holandeses sem nenhum direito à defesa.
O segundo aconteceu no dia 3 de outubro, três meses
após o primeiro morticínio, no engenho de Uruaçu, na comunidade de São Gonçalo
do Amarante, comandado pelo mesmo Jacob Rabbi e seus seguidores, com requintes
de crueldade.
Registros históricos relatam que fiéis tiveram suas
línguas cortadas para que não pudessem fazer orações católicas, crianças foram
esquartejadas e corpos degolados. Ainda segundo alguns historiadores, o
camponês Mateus Moreira teve seu coração arrancado pelas costas.
Ao todo 30 pessoas foram massacradas naqueles dias
de horror que seriam depois lembrados para sempre.
Em 15 de maio de 1988, dom Alair Vilar iniciou o
processo de beatificação dos mártires de Cunhaú e Uruaçu, concluído em 5 de
março do ano 2000, pelo papa João Paulo II, na praça de São Pedro, na presença
de mais de mil brasileiros.
População
ainda desconhece a história dos mártires
Apesar de ter sido instituído há aproximadamente
oito anos, o feriado que relembra o massacre dos Mártires de Cunhaú e Uruaçu
ainda não está inserido na cultura da maioria dos norte-rio-grandenses e muitos
nem sabem do que trata a data.
A reportagem do jornal O Mossoroense circulou pelo
centro da cidade indagando transeuntes se sabiam o motivo do feriado. De um
total de 10 pessoas, apenas uma soube dizer a razão da data, ainda assim não
conhecia a história dos mártires.
Para a professora Socorro Barreto, a data é
importante, mas precisa ser mais divulgada: "É importante resgatar a
história, não deixar cair no esquecimento, mas é importante que se divulgue
mais, para que todos conheçam a fundo o real motivo da data", enfatizou.
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