O número de eleitores aptos a votar no pleito
municipal deste ano aumentou em relação ao de 2012: mais de 144 milhões os
eleitores poderão votar para prefeito e vereador no dia 2 de outubro – na
eleição de 2012, estavam aptas mais de 138 milhões de pessoas.
Os números foram divulgados hoje (25) pelo Tribunal
Superior Eleitoral (TSE) e não incluem o eleitorado do Distrito Federal e de
Fernando de Noronha, onde não há eleição neste ano, nem os brasileiros
residentes no exterior. São Paulo é o município com maior número de eleitores,
mais de 8 milhões e 800 mil. Araguainha, em Mato Grosso, tem o menor número,
954 eleitores.
A maioria do eleitorado nacional é formada por
mulheres, que, em 2016, representam 52,21% do total, com crescimento de 0,32
ponto percentual sobre 2012 (51,89%).
Os dados do TSE mostram também o número de
municípios onde pode haver segundo turno. Dos mais de 5 mil municípios onde
serão realizadas eleições, 92 podem ter segundo turno, já que têm mais de 200
mil eleitores.
Ao divulgar os dados, o presidente do TSE, ministro
Gilmar Mendes, lembrou que o prazo para registro de candidatos termina no dia
15 de agosto. De acordo com Mendes, até o momento, foram feitos apenas 122
registros. A expectativa é haja cerca de 580 mil candidatos na eleição de
outubro.
Gilmar Mendes falou ainda sobre a redução do prazo
para registro de candidaturas e a realização de eleições suplementares. Segundo
o ministro, a redução de prazo tem consequências no que diz respeito à
judicialização e à insegurança jurídica quanto ao verdadeiramente eleito.
“Vamos ter também, inevitavelmente, anulação de
eleições e realização de eleições suplementares. A legislação agora exige, no
caso de cargos majoritários, que se façam novas eleições se houver anulação, e
não aquela eleição do segundo colocado. Temos que contar também com a
realização de eleições suplementares em maior número do que tínhamos até
aqui”, disse Mendes.
Questionado sobre os limites de gastos previstos
para os candidatos a prefeito e a vereador, Gilmar Mendes respondeu: “O que o
legislador fez foi apanhar o maior gasto declarado e aplicar o redutor.” Os
valores-limite foram divulgados na semana passada e, em algumas localidades, o
máximo previsto supera os de outros municípios com maior número de habitantes.
“O que se está a verificar é que, certamente, nesses
municípios, por alguma razão, e acho que o caso de Manaus é o mais evidente,
fez-se declaração que não correspondia
minimamente aos fatos”, acrescentou Mendes. Ele explicou que o que o legislador quis fazer foi “uma fotografia”
dos gastos aplicando-lhes um redutor e o resultado é esta fotografia um tanto
quanto distorcida.
“É uma questão, sem dúvida, delicada e terá que ser
submetida ao TSE, ao colegiado para uma deliberação. Mas a boa intenção, a
boa-fé do legislador, é evidente. Agora, não contava ele com as distorções
perpetradas por declarações que não correspondem minimamente à realidade”,
afirmou o ministro.
Caixa
2
Na entrevista, o ministro defendeu a reforma
política e falou também sobre a questão do caixa 2, do financiamento ilícito em
campanhas eleitorais. Ele disse que a questão preocupa, tendo em vista os tetos
estabelecidos e a possibilidade de falta de recursos regulares.
“Alguns jornais têm publicado, até mesmo têm trazido
a possibilidade de que organizações criminosas participem das eleições de
maneira mais enfática – não que elas já não participassem em outro momento – em
função dessas restrições estabelecidas. [Para] aquele que está no ilícito, será
mais um ilícito apenas. Por outro lado, acredito que as empresas regulares,
diante de todas essas operações que ocorrem – Lava Jato e outras – não vão se
animar, em princípio, a participar de uma operação de caixa 2, tendo em vista
todas as consequências que estamos aí a assistir, a acompanhar. Portanto, temos
uma realidade muito complexa que vamos ter que acompanhar”, afirmou Gilmar
Mendes.
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