Dep Marcelo Aguiar |
O deputado federal Marcelo Aguiar (DEM-SP) quer
coibir a masturbação e a pornografia. Cantor e pastor evangélico, o parlamentar
paulista é autor de uma proposta que obriga as operadoras da internet a
bloquearem o acesso a conteúdo gratuito de natureza sexual.
O projeto tem como objetivo evitar que os jovens se
tornem “autossexuais, pessoas para quem o prazer com sexo solitário é maior que
o proporcionado pelo método, digamos, tradicional”. Essa é a justificativa
utilizada por ele no Projeto de Lei 6.449/2016, apresentado em novembro na
Câmara.
O deputado sugere que as operadoras sejam obrigadas
a criar um sistema que filtre e interrompa automaticamente todos os conteúdos
de sexo virtual, prostituição e sites pornográficos. A ideia, segundo ele, é
combater o vício em masturbação e pornografia, principalmente entre os mais
jovens.
“Estudos atualizados informam um aumento no número
de viciados em conteúdo pornô e na masturbação devido ao fácil acesso pela
internet e à privacidade que celular e o tablet proporcionam”, explica Marcelo
Aguiar na justificativa da proposta.
Segundo ele, as facilidades da internet têm
substituído a prática sexual. “Mais alarmante ainda é o fato de que pode-se
dizer após os estudos realizado que a pornografia veio substituir a prática
sexual com outra pessoa, porque mesmo uma garota de programa tem um custo, e o
encontro não pode ser a qualquer hora”, acrescenta.
Para o deputado, a facilidade a conteúdo
pornográfico na internet é tão grande que a pornografia tem substituído a
educação sexual. “No lado educacional, acredita-se que a facilidade de acesso à
pornografia e o tabu que ainda envolve a sexualidade está transformando o pornô
na base da educação sexual dos jovens de hoje, com uma série de efeitos
indesejados”, alega.
Conteúdo
adulto
Com a repercussão da proposta, o deputado divulgou
uma nota oficial sobre o assunto. Segundo ele, sua ideia tem sido divulgada de
maneira distorcida.
"O projeto de lei tem a única intenção de
dificultar o acesso à pornografia por parte das crianças. Em nenhum momento o
PL (projeto de lei) apresenta a proposta de interferir na vida dos adultos, que
por sua vez, tem o poder da escolha do que querem ou não ver na internet. O
‘conteúdo adulto’ já diz por si só a que tipo de público se destina”, afirma.
Segundo ele, assim como existem na TV horários que
não podem ser exibidos alguns tipos de conteúdo devido à presença de crianças,
a internet também necessita de restrição. “Através do debate com educadores,
profissionais e a sociedade em geral podemos encontrar um caminho para
dificultar o fácil acesso das nossas crianças a esse tipo de conteúdo que é
destinado apenas para adultos”, completa.
Pastor da Igreja Renascer, do casal Estevam e Sônia
Hernandes, Marcelo Aguiar está em seu segundo mandato na Câmara e integra a
bancada evangélica. No ano passado, ele apresentou outro projeto polêmico, uma
proposta para derrubar o decreto que permite o reconhecimento a identidade de
gênero e o uso do nome social de travestis e transexuais no âmbito da
administração pública federal direta, autárquica e fundacional.
Marcelo Aguiar começou a carreira como cantor sertanejo
e chegou a atuar em novela. Ele interpretou um violeiro e peão em Estrela de
Fogo, exibida pela Rede Record. Em 2000, o cantor se converteu e mudou seu
repertório para o público gospel. Antes de chegar à Câmara, ele foi vereador na
capital paulista.
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