sexta-feira, 5 de julho de 2019

COMISSÃO ESPECIAL APROVA REFORMA DA PREVIDÊNCIA; MATÉRIA SEGUIRÁ PARA ANÁLISE DO PLENÁRIO



A aprovação da reforma da Previdência na comissão especial foi comemorada antes mesmo da análise dos mais de cem destaques apresentados à proposta, com o resultado da votação do texto-base, anunciado pelo presidente da comissão, deputado Marcelo Ramos, do PL do Amazonas.

"Declaro o resultado: 36 votos sim, 13 votos não".

O texto do relator, deputado Samuel Moreira, do PSDB de São Paulo, estabelece uma idade mínima de aposentadoria de 65 anos para os homens e 62 para mulheres, com tempo de contribuição de pelo menos 20 anos para os homens e 15 para as mulheres.

A aprovação do texto foi comemorada pelo líder do governo, deputado Major Vitor Hugo, do PSL de Goiás:

"Tem ainda novas votações ainda, dois turnos no plenário, e que novos acordos poderão ser construídos para atingir esse objetivo de agregar o máximo possível de adesão à nossa proposta."

Mas a oposição prevê dificuldades maiores para o governo no Plenário, como adiantou o deputado Alessandro Molon, do PSB do Rio de Janeiro:

"O governo manobrou, trocando membros, para produzir um resultado artificial. Ocorre que no Plenário não é possível trocar membros. Todos os deputados e deputadas votarão no plenário e a proporção certamente será diferente."

A comissão impediu mudanças importantes na proposta ao rejeitar destaques como o que previa regras mais favoráveis para profissionais da segurança pública, entre eles policiais federais, policiais rodoviários federais, policiais civis, PMs, bombeiros, agentes de trânsito, agentes penitenciários, entre outros.

O destaque rejeitado previa para essas categorias idade mínima de 55 anos para os homens e 52 para as mulheres, com aposentadoria equivalente ao último salário integral e reajustes iguais aos da ativa.

Esse destaque foi objeto de negociações ao longo do dia e dividiu até a base do governo. Para o deputado Hugo Leal, do PSD do Rio de Janeiro, um dos defensores da medida, a rejeição pode parar na Justiça:

"Estão tentando igualar as forças de segurança aos servidores públicos. Não sou eu que estou dizendo: isso está aqui na Constituição. O que vai acontecer aqui: o que for aprovado vai ser questionado no Supremo".

O deputado Paulo Eduardo Martins, do PSC do Paraná, criticou a proposta de regras mais brandas para policiais:

"Isso aqui não é um debate de quem é contra ou a favor dos profissionais de segurança pública. Se aprovarmos essa proposta estaremos enganando esses profissionais e em um ou dois anos estaremos discutindo de novo o reajuste para trazê-lo à realidade."

A comissão rejeitou ainda destaque que mantinha as regras atuais para professores, que hoje se aposentam com 25 anos de contribuição para mulheres e 30 anos para homens, sem exigência de idade mínima.

O parecer aprovado pela comissão estabelece que as professoras poderão se aposentar com 57 anos de idade e 25 de contribuição; e os professores com 60 de idade e 30 de contribuição.

O secretário especial de Previdência do Ministério da Economia, Rogério Marinho, comemorou a aprovação do texto e a rejeição dos destaques:

"Olha, o impacto fiscal do relatório do deputado Samuel que foi aprovado me parece que são 933.9 bilhões de reais em despesas, mais 83 bilhões de reoneração e mais 53 ou 54 bilhões do CSLL. Dá mais de 1 trilhão de reais. Eu acho que sim, nós teremos um impacto fiscal relevante que vai nos ajudar a encontrar equilíbrio adequado."

Quem também comemorou a aprovação da reforma da Previdência na comissão foi o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, um dos principais defensores da proposta.

Ele anunciou, para a próxima terça-feira (9), o início dos debates da matéria no Plenário. A ideia é começar a votação também na semana que vem.

Maia declarou ainda que, com diálogo, será possível construir uma maioria favorável à proposta em Plenário, onde são necessários no mínimo 308 votos dos 513 deputados em dois turnos de votação.


Nenhum comentário:

Postar um comentário