O governo estuda ampliar em um mês o horário de
verão, que está em curso desde o dia 19 de outubro com previsão de término em
22 de fevereiro, para economizar energia. Segundo informações, a possibilidade
é analisada diante do cenário atual de crise do setor elétrico e com os índices
de chuva abaixo do esperado nos últimos meses.
O horário de verão está em curso em onze estados das
regiões Sul e Sudeste, mais o Distrito Federal. O governo espera reduzir em
4,5% o consumo de energia no horário de pico.
"Faremos uma avaliação no dia 12 de fevereiro
para que nós possamos ter uma previsibilidade com relação ao ritmo hidrológico
do final do mês de fevereiro e do começo do mês de março. E aí sim tomaremos
uma decisão com relação ao horário de verão", disse o ministro Minas e
Energia, Eduardo Braga.
Na entrevista ao Jornal Nacional, Braga também
afirmou que, para enfrentar o problema da falta de chuvas, contará também com a
energia gerada pela termelétrica de Uruguaiana, no Rio Grande do Sul, que tem
potência instalada de 640 megawatts.
Em 2013, o governo afirmou que só recorreria à energia
de Uruguaiana em caso de extrema necessidade. Para a termelétrica entrar em
operação, a Argentina tem que autorizar a utilização de um gasoduto. A empresa
responsável por Uruguaina afirmou que espera para este mês o fornecimento de
gás para a usina voltar a funcionar.
O ministro também confirmou que a partir de primeiro
de março, as distribuidoras vão lançar
uma campanha de conscientização para economia energia.
O ministro também confirmou que a partir de primeiro
de março, as distribuidoras vão lançar
uma campanha de conscientização para economia energia.
Consumo
na ponta
Entretanto outro efeito do horário de verão, que é o
de evitar picos de consumo de energia no chamado horário de ponta (entre 18h e
21h), “perdeu um pouco da relevância” nos últimos anos, aponta Roberto Brandão,
da UFRJ.
Por conta do aumento no uso do ar-condicionado no
país, mais recentemente os picos de consumo de eletricidade durante o verão começaram
a ser registrados no início ou meio da tarde, entre 14h e 16h.
No passado, esse pico era registrado entre 18h e
21h, devido ao aumento do consumo gerado pelo uso de eletrodomésticos quando as
pessoas saem do trabalho e voltam para as suas casas, junto com a iluminação
pública nas cidades.
“Nos últimos anos, o horário de verão perdeu um
pouco da sua relevância porque houve mudança no padrão de horário de ponta no
Brasil”, diz o pesquisador. Ele aponta, porém, que continua sendo importante
equilibrar a demanda por energia no fim do dia.
Para o professor de engenharia elétrica da
Universidade de Brasília (UnB), Rafael Shayani, o horário de verão continua
sendo importante para “evitar a sobrecarga” do sistema elétrico durante o verão
e até mesmo apagões. “O horário de verão é necessário na medida em que a
demanda por energia no Brasil está crescendo e o setor elétrico não consegue
acompanhá-la. Ela visa evitar um apagão”, diz ele.
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