quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

PREVISÃO DE CHUVAS NÃO É ANIMADORA, APONTA ENCONTRO REGIONAL DE METEOROLOGISTAS

Açude Riachão em Rodolfo Fernandes
O baixo nível de reservatórios e a dura realidade imposta pela seca despertam na população  grande expectativa com relação à previsão do tempo. Com o objetivo de apresentar um panorama com as possibilidades de chuvas, os meteorologistas do Nordeste, se reuniram na sede da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (EMPARN), no Jiqui, em Parnamirim.

Após análise dos parâmetros climáticos, concluíram ontem, 25, que na região ao Norte do Nordeste brasileiro a previsão é que “predomine a condição de chuva de normal e abaixo do normal da média histórica, com grande variabilidade temporal e espacial para o período de março a maio no semiárido nordestino”.

Com relação à reserva hídrica dos reservatórios do Nordeste, considerando os volumes atualmente disponíveis e “com um provável cenário de chuvas de normal a abaixo da média histórica para os próximos três meses, sem expectativas de recargas expressivas, é necessário a adoção de medidas para prolongar o horizonte de disponibilidade hídrica para a região”.

A “II Reunião de Análise e Previsão Climática para o Norte do Nordeste do Brasil foi iniciada na terça-feira passada, 24, com os meteorologistas de cada Estado fazendo uma exposição sobre o comportamento das chuvas entre meados de janeiro a meados de fevereiro. Para a previsão anunciada ontem, os especialistas lembram ainda “que como poderão haver mudanças significativas referentes aos parâmetros oceanos/atmosféricos durante as próximas semanas, principalmente nos oceanos, é de extrema importância um monitoramento contínuo nessas regiões que possam inserir algumas mudanças no atual prognóstico”.

A análise dos resultados dos modelos oceânicos, que simulam o comportamento da temperatura da superfície dos oceanos para os próximos meses, segundo os meteorologistas, mostra uma tendência de aquecimento das águas superficiais do Oceano Pacífico, o que poderia significar a formação do Fenômeno El Niño, situação essa que poderia prejudicar a ocorrência de chuvas no semiárido Nordestino. No entanto, devido ao comportamento apresentado nos últimos meses pelo oceano Pacífico, que ora tem aquecido e ora resfriado, os meteorologistas, de forma unânime, não levaram em consideração essa tendência, entendendo que o oceano Pacífico irá, pelo menos nos próximos dois meses, mostrar uma tendência de normalidade.

Afirmam ainda que, no caso do Oceano Atlântico, a tendência para os próximos meses é de uma situação do Atlântico Sul levemente mais aquecido que o Atlântico Norte, o que indica uma condição melhor na ocorrência de chuvas para aos meses de março, abril de maio de 2015, quando comparada com a condição apresentada no mês anterior. Por outro lado, os resultados dos modelos numéricos de previsão de chuva para a região não foram levados em consideração na análise dos meteorologistas, uma vez que esses modelos utilizam uma condição prevendo o aquecimento do Oceano Pacífico, o que não vem se confirmando nos últimos meses, prevalecendo, assim, a opinião de que as condições sinóticas serão dominantes.

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