Açude Riachão em Rodolfo Fernandes |
O baixo nível de reservatórios e a dura realidade
imposta pela seca despertam na população
grande expectativa com relação à previsão do tempo. Com o objetivo de
apresentar um panorama com as possibilidades de chuvas, os meteorologistas do
Nordeste, se reuniram na sede da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande
do Norte (EMPARN), no Jiqui, em Parnamirim.
Após análise dos parâmetros climáticos, concluíram
ontem, 25, que na região ao Norte do Nordeste brasileiro a previsão é que
“predomine a condição de chuva de normal e abaixo do normal da média histórica,
com grande variabilidade temporal e espacial para o período de março a maio no
semiárido nordestino”.
Com relação à reserva hídrica dos reservatórios do
Nordeste, considerando os volumes atualmente disponíveis e “com um provável
cenário de chuvas de normal a abaixo da média histórica para os próximos três
meses, sem expectativas de recargas expressivas, é necessário a adoção de
medidas para prolongar o horizonte de disponibilidade hídrica para a região”.
A “II Reunião de Análise e Previsão Climática para o
Norte do Nordeste do Brasil foi iniciada na terça-feira passada, 24, com os
meteorologistas de cada Estado fazendo uma exposição sobre o comportamento das
chuvas entre meados de janeiro a meados de fevereiro. Para a previsão anunciada
ontem, os especialistas lembram ainda “que como poderão haver mudanças
significativas referentes aos parâmetros oceanos/atmosféricos durante as
próximas semanas, principalmente nos oceanos, é de extrema importância um
monitoramento contínuo nessas regiões que possam inserir algumas mudanças no
atual prognóstico”.
A análise dos resultados dos modelos oceânicos, que
simulam o comportamento da temperatura da superfície dos oceanos para os
próximos meses, segundo os meteorologistas, mostra uma tendência de aquecimento
das águas superficiais do Oceano Pacífico, o que poderia significar a formação
do Fenômeno El Niño, situação essa que poderia prejudicar a ocorrência de
chuvas no semiárido Nordestino. No entanto, devido ao comportamento apresentado
nos últimos meses pelo oceano Pacífico, que ora tem aquecido e ora resfriado,
os meteorologistas, de forma unânime, não levaram em consideração essa
tendência, entendendo que o oceano Pacífico irá, pelo menos nos próximos dois
meses, mostrar uma tendência de normalidade.
Afirmam ainda que, no caso do Oceano Atlântico, a
tendência para os próximos meses é de uma situação do Atlântico Sul levemente
mais aquecido que o Atlântico Norte, o que indica uma condição melhor na
ocorrência de chuvas para aos meses de março, abril de maio de 2015, quando
comparada com a condição apresentada no mês anterior. Por outro lado, os
resultados dos modelos numéricos de previsão de chuva para a região não foram
levados em consideração na análise dos meteorologistas, uma vez que esses
modelos utilizam uma condição prevendo o aquecimento do Oceano Pacífico, o que
não vem se confirmando nos últimos meses, prevalecendo, assim, a opinião de que
as condições sinóticas serão dominantes.
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