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Gargalheiras, que abastece Currais Novos e Acari, está com 7,26% da sua
capacidade, volume que deve esgotar até outubro
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O Rio Grande do Norte deve chegar nos primeiros
meses de 2015 com 22 reservatórios de água colapsados. A informação é da
Secretaria do Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) com base em
simulação de perda de água dos reservatórios. Dos 46 reservatórios monitorados pela Semarh, 12
já estão em colapso, e mais 10 devem chegar a este status até fevereiro de 2015. Diante do
cenário será renovado o decreto de calamidade pública para o RN.
É considerado um colapso quando o reservatório chega
ao “volume morto”. Quando o volume da barragem fica abaixo das tomadas de água,
inviável para captação via adutora. A simulação, feita pela Semarh, se baseia
na vazão de água retirada dos reservatórios e a evaporação deles. Não considera
eventuais chuvas. O que é difícil de ocorrer, pelo menos nestes próximos três
meses – setembro, outubro e novembro -, de acordo com o meteorologista da
Emparn, Gilmar Bistrot.
Ainda nesse ano chegam ao limite de sua capacidade
mínima quatro reservatórios - dois até o mês de outubro, e outros dois
dezembro. Um deles é o Marechal Dutra, chamado de Gargalheiras, que abastece os
municípios de Currais Novos e Acari. Atualmente o reservatório está com 7,26%
da sua capacidade. A capacidade máxima é de 44.421.480 m³, e o volume atual
3.225.142 m³. Para colaborar no abastecimento está sendo utilizado o
reservatório de Dourado, de Currais Novos, já em volume morto – com 5,49% da
capacidade.
Neste cenário, a previsão é de garantia do
abastecimento de água para estas duas cidades até dezembro deste ano. A solução
viável seria uma adutora de engate rápido, captando água no reservatório
Armando Ribeiro, em Açu. O projeto de R$ 35 milhões, prevendo 80 km de adutora,
com execução em nove meses, está no Ministério da Integração Nacional com
pedido de recurso. Segundo José Eduardo, coordenador estadual do Departamento
Nacional de Combate a Seca (DNOCS), não há previsão de data para resposta do
Ministério.
Segundo o prefeito de Acari, Isaías Cabral, nunca
houve em sua geração uma situação tão grave na cidade. Ele reclama,
principalmente, da “morosidade” das providências. “Infelizmente, se não chegar
inverno, vamos ficar sem água. Carros-pipa é uma opção, mas um sacrifício
grande. De onde vai vir a água?”, questiona.
A grave situação atinge, majoritariamente, as
regiões do Seridó e Alto Oeste. Cinco cidades estão hoje em colapso de
abastecimento, e 111 municípios abastecidos por carros-pipa do Exército. Outra
cidade à iminência do colapso é Pau dos Ferros. O açude que abastece o
município já está em 6,83% de sua capacidade, e deve suportar abastecimento até
janeiro de 2015. A adutora de engate rápido para o município, prometida para
julho passado, deve começar os testes amanhã, segundo o secretário adjunto da
Semarh, Luciano Cavalcanti.
O cenário é o resultado de três anos seguidos de
estiagem, e apesar de ocorrido algumas chuvas neste ano, não foram suficientes
para a recarga dos reservatórios. De acordo com Gilmar Bistrot, as chuvas
ficaram 35% abaixo da normalidade – considerando um inverno normal de 700 mm.
Questionado qual seria a medida com o colapso dos reservatórios, o secretario
da Semarh, Luciano Cavalcanti disse que “na hora que o sistema entra em colapso
a solução é abastecer com carros-pipa ou adutora de engate rápido”.
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