O governador Robinson Faria participou, nesta
quarta-feira (8), da reunião do Gabinete de Gestão Integrada dos Recursos
Hídricos (GGIRH), no qual se discutiu pontos importantes acerca do
enfrentamento da estiagem prolongada que está atingindo o Nordeste do Brasil.
Na reunião, que contou com a presença de parlamentares, secretários de estado e
servidores técnicos da área de recursos hídricos e abastecimento de água, foi
proposta a união de forças para cobrar agilidade na transposição do Rio São
Francisco.
“Nós estamos realizando várias ações emergenciais, e
retomando obras importantes, mas entendemos que a transposição do Rio São
Francisco é hoje a nossa principal esperança, já que nossos reservatórios estão
secando e a chuva tão esperada não chegou”, afirmou Robinson Faria. “Esperamos
reunir também a bancada federal do Rio Grande do Norte e ter o apoio dos demais
estados nordestinos nesta luta”, acrescentou o governador, lembrando que o tema
será discutido no próximo Encontro dos Governadores do Nordeste.
O deputado estadual Ezequiel Ferreira, presidente da
Assembleia Legislativa e membro do GGIRH, destacou que é preciso buscar
“unidade regional” para cobrar a transposição. “Esta obra é o que pode
solucionar o problema da região do Nordeste”, afirmou. Além dele, participaram da reunião os
deputados estaduais Fernando Mineiro, Tomba Farias e Gustavo Carvalho.
O eixo norte da obra de transposição perenizará o
Rio Piranhas-Açu, na região Oeste do estado. Estima-se que esta parte da obra
pode ser antecipada em um ano e concluída em dezembro de 2016, se for dada a
prioridade necessária a ela. Para aproveitar integralmente os recursos hídricos
do São Francisco, a Secretaria Estadual do Meio Ambiente e dos Recursos Hídrico
(Semarh) está trabalhando no projeto do Canal Açu-Maxaranguape, que distribuirá
água do manancial por todo o território estadual.
BALANÇO
Os representantes do Executivo traçaram um balanço
das ações já realizadas pelo governo estadual combate aos efeitos da seca,
entre obras emergenciais e de médio e longo prazo. Entre elas, está a retomada
das obras da barragem de Oiticica e do Sistema Adutor do Alto Oeste. Segundo o
secretário estadual de Planejamento, Gustavo Nogueira, há R$ 697 milhões
contratados para obras no estado, incluído diversas pastas.
A maior parte dos recursos (61%) está sob a tutela
da Secretaria Estadual do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh), o que
corresponde a R$ 429 milhões. A Companhia de Águas e Esgotos (Caern) detém
outros R$ 221 milhões. O restante está distribuído entre outras pastas e órgãos
do governo.
Dentro das ações emergenciais já executadas está a
perfuração de mais de 154 poços só neste ano. A previsão é de que, até setembro
próximo, sejam instalados mais 71 nos municípios com pior situação hídrica, e
recuperados outros 100. Também neste ano, deve-se ultrapassar a marca de 1000
cisternas entregues no RN, através do programa Brasil Sem Miséria, gerido no
estado pela Secretaria de Ação Social (Sethas).
CAPACIDADE
Os dados acerca da capacidade hídrica do estado são
preocupantes. Em 2012, segundo os dados obtidos pela Semarh junto à Agência
Nacional de Águas (ANA), os reservatórios potiguares estavam com 71% de sua
capacidade. Atualmente, o estado está com apenas 24%. Só neste ano, o índice já
caiu 2,5%, enquanto a média de redução na região Nordeste foi de 1%.
“Nós só tivemos um momento de recuperação dos nossos
reservatórios, em 2014 pra ser mais preciso, mas não foi suficiente”, explicou
o titular da Semarh, Mairton França, que realçou que em outros estados a
situação é ainda pior. Na Paraíba, por exemplo, a capacidade média dos
reservatórios está em 20%, e há mais de 50 municípios em colapso de
abastecimento – no RN, são nove.
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