quinta-feira, 25 de julho de 2013

TRABALHADORES LIBERAM BR 405 MAS AMEAÇAM VOLTAR

Os agricultores da Chapada do Apodi liberaram o tráfego de veículos na BR 405, depois de uma hora e meia interdição da rodovia. Eles avisaram a Polícia Rodoviária Federal que voltam a fechar a rodovia na próxima semana se não forem atendidos pelo Departamento Nacional de Obras Contra a Seca.
A mobilização dos trabalhadores é contra a instalação do Perímetro Irrigado na Chapada do Apodi da maneira que está sendo imposta pelo DNOCS.
O secretário do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Apodi, Agnaldo Fernandes, disse que “a importância do ato é de reforçar a resistência da luta contra esse modelo de projeto que será prejudicial para o desenvolvimento da agricultura familiar da região”, destaca.
Segundo ele, o projeto de Perímetro irrigado do DNOCS consiste na desapropriação de 13.855 ha hectares para a implementação de um programa de fruticultura irrigada sob o comando de quatro grandes empresas, deslocando de maneira forçada cerca de 6.000,00 que vivem em 30 comunidades na região.
Ainda conforme Agnaldo Fernandes, o projeto de irrigação imposto pelo DNOCS, a um custo de quase R$ 300 milhões, configura-se em uma “reforma agrária ao contrário”, uma vez que a região da Chapada do Apodi/RN vêm se consolidando  como uma das experiências mais exitosas de produção de alimentos de forma agroecológica e familiar do nordeste, destacando o arroz, frutas, criação de caprinos, ovinos e bovinos, projetos de piscicultura, além do mel de abelha, maior produtora de maneira orgânica do país.
Atualmente, as comunidades estão sendo desocupadas, mas “muitos ainda resistem porque acreditam na defesa das terras da Chapada para uma agricultura familiar”, completa. O maior medo dos trabalhadores é transformar a região de Apodi numa região de metro e mortes como aconteceu na região de Limoeiro do Norte, considerando que o modelo do perímetro é o mesmo.
Os trabalhadores não são contra a transposição das águas da Barragem de Santa Cruz para Chapada do Apodi, apesar de entenderem que a água vai chegar ao destino por um valor muito acima do que eles podem pagar. Eles querem a transposição, mas não para beneficiar apenas 4 grandes grupos do agronegócio e sim para ampliar a produção da agricultura familiar na região.


 Fonte: Cézar Alves/de fato

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