Há mais de uma semana os presos que não têm direito à fiança ou alvará de soltura estão algemados uns aos outros e deitados no chã dos corredores sob vigilância dos agentes de plantão que, irregularmente, cuidam dos detidos sem a mínima condição estrutural.
"Eles (os presos) passam a maior parte do tempo algemados uns aos outros, deitados ou sentados nos corredores. Aqui nem cela tem para trancar os detidos, que são alimentados pelos familiares, pois a Polícia Civil não tem como custodiar ninguém", explicou um agente civil.
O delegado Denys Carvalho da Ponte, titular da DP Regional, disse que já denunciou a situação aos órgãos judiciários e governamentais, mas nada foi feito a respeito da permanência dos presos na delegacia. "Não tenho o que fazer. Já procurei o Ministério Público, a Vara das Execuções Penais, a Secretaria Estadual de Justiça e Cidadania (Sesed) para que a situação fosse resolvida. Estou aguardando que seja resolvido o mais rápido possível", destacou.
Os corredores da DP abrigam quatro presos, porém esse número poderá crescer, pois no final de semana costuma ocorrer vários flagrantes durante o plantão. "No final de semana passado foram presas 26 pessoas, onde 20 foram liberadas por meio de fiança ou alvará. Espero que este seja mais calmo e com menos ocorrências", concluiu o delegado.
Entenda
A crise no setor carcerário local se agravou desde o último dia 19, quando o juiz da 1ª Vara Criminal, Vagnos Kelly Figueiredo de Medeiros, acatou o pedido do MP e decretou a interdição do Complexo Penal Estadual Agrícola Mário Negócio (CPEAMN) e da Cadeia Pública Juiz Manoel Onofre de Souza.
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