Estudantes pré-vestibulandos se reuniram ontem, 15,
para protestar contra a possível adesão da Universidade do Estado do Rio Grande
do Norte (UERN) ao Sistema de Seleção Unificada (SiSU) como método de ingresso
na instituição acadêmica.
Após se concentrarem em frente à Biblioteca Ney
Pontes Duarte, o grupo de alunos seguiu em direção à Reitoria da Uern. Uma
comissão foi recebida pelo vice-reitor Aldo Gondim e pela direção da Comissão
Permanente de Vestibular (COMPERVE).
“O que a gente quer é a permanência do vestibular”,
afirmou o estudante Kennedy Fernandes, que coordena o movimento. Ele contou que
uma comissão formada por quatro alunos visitou cerca de onze escolas, entre
instituições da rede pública e privada.
De acordo com Kennedy, os estudantes que integram o
movimento não são contrários à utilização das notas do Exame Nacional do Ensino
Médio (ENEM) como critério de seleção, e sim favoráveis às duas possibilidades
– as notas do Enem e o Processo Seletivo Vocacionado (PSV) -, como método de
ingresso.
“A gente quer transparência e estamos vivendo na
insegurança”, afirma Kennedy, considerando que se houver mudança ela deve ser
realizada de forma lenta e gradual. O jovem diz que como a mudança não foi
anunciada antes os estudantes estavam se preparando para o vestibular.
Milena Souza que também é aluna de cursinho e
defende a manutenção do PSV, considera mais difícil a seleção pelo Enem, não só
para quem já estava estudando, como para quem começou agora. Ela comenta ainda
o fato de o Enem permitir a concorrência em âmbito nacional e diz que o Exame é
desorganizado em comparação ao PSV, que na opinião da jovem, valoriza os
estudantes locais e é mais bem elaborado.
Para Milena, o Enem não valoriza o estudante local
que não tem condições de ir para outra cidade. A jovem demonstra também dúvidas
sobre a continuidade do sistema de cotas da universidade. Já Maria Amanda Sousa
defende que o PSV amplia as possibilidades dos alunos do Rio Grande do Norte.
O diretor da Comperve, Egberto Mesquita, que
participou da conversa com os pré-vestibulandos na reitoria, comenta que os
alunos queriam um posicionamento sobre a adesão ou não da Uern ao SiSU, porém,
ainda não há uma definição propriamente dita.
Segundo ele, hoje a Uern tem o PSV, mas a
possibilidade de aderir a outra forma de ingresso, que veio à tona agora, já
vem sendo discutida desde o ano de 2010. O diretor afirma que a orientação para
que os candidatos ao Processo Seletivo Vocacionado se inscrevam no Enem se dá
porque muitas políticas públicas do Governo Federal consideram a nota do Exame
como pré-requisito.
Egberto Mesquita acha compreensível a apreensão dos
estudantes, tendo em vista que eles estão se preparando para ingressar na
universidade e não sabem para que devem se direcionar. O diretor lembra que,
afinal, a decisão envolve o futuro dos alunos e diz que o que foi informado aos
alunos é que haverá uma série de discussões para ouvir a comunidade.
Além da audiência pública, que será marcada pela
Câmara dos Vereadores, haverá uma discussão em Patu, no dia 21, quando a
Reitoria Itinerante estará no município, uma discussão em Pau dos Ferros, no
dia 28 e em Mossoró, no dia 30 deste mês. Esses debates serão abertas à
comunidade.
Egberto Mesquita afirma ainda que a decisão será
tomada pelo Conselho de Ensino Pesquisa e Extensão (CONSEPE) e não por uma
pessoa só e que a universidade é formada por pessoas responsáveis, que não têm
interesse em tomar decisões que causem prejuízos aos alunos.
Com relação às políticas de inclusão social
desenvolvidas pela Universidade, Egberto Mesquita diz que, independente da
forma de ingresso ser o SiSU ou PSV quem determina as regras da Uern é a
própria instituição, que tem autonomia para isso.
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