sexta-feira, 16 de maio de 2014

ESTUDANTES PROTESTAM PELA PERMANÊNCIA DO PSV

Estudantes pré-vestibulandos se reuniram ontem, 15, para protestar contra a possível adesão da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) ao Sistema de Seleção Unificada (SiSU) como método de ingresso na instituição acadêmica.

Após se concentrarem em frente à Biblioteca Ney Pontes Duarte, o grupo de alunos seguiu em direção à Reitoria da Uern. Uma comissão foi recebida pelo vice-reitor Aldo Gondim e pela direção da Comissão Permanente de Vestibular (COMPERVE).

“O que a gente quer é a permanência do vestibular”, afirmou o estudante Kennedy Fernandes, que coordena o movimento. Ele contou que uma comissão formada por quatro alunos visitou cerca de onze escolas, entre instituições da rede pública e privada.

De acordo com Kennedy, os estudantes que integram o movimento não são contrários à utilização das notas do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) como critério de seleção, e sim favoráveis às duas possibilidades – as notas do Enem e o Processo Seletivo Vocacionado (PSV) -, como método de ingresso.

“A gente quer transparência e estamos vivendo na insegurança”, afirma Kennedy, considerando que se houver mudança ela deve ser realizada de forma lenta e gradual. O jovem diz que como a mudança não foi anunciada antes os estudantes estavam se preparando para o vestibular.

Milena Souza que também é aluna de cursinho e defende a manutenção do PSV, considera mais difícil a seleção pelo Enem, não só para quem já estava estudando, como para quem começou agora. Ela comenta ainda o fato de o Enem permitir a concorrência em âmbito nacional e diz que o Exame é desorganizado em comparação ao PSV, que na opinião da jovem, valoriza os estudantes locais e é mais bem elaborado.

Para Milena, o Enem não valoriza o estudante local que não tem condições de ir para outra cidade. A jovem demonstra também dúvidas sobre a continuidade do sistema de cotas da universidade. Já Maria Amanda Sousa defende que o PSV amplia as possibilidades dos alunos do Rio Grande do Norte.

O diretor da Comperve, Egberto Mesquita, que participou da conversa com os pré-vestibulandos na reitoria, comenta que os alunos queriam um posicionamento sobre a adesão ou não da Uern ao SiSU, porém, ainda não há uma definição propriamente dita.

Segundo ele, hoje a Uern tem o PSV, mas a possibilidade de aderir a outra forma de ingresso, que veio à tona agora, já vem sendo discutida desde o ano de 2010. O diretor afirma que a orientação para que os candidatos ao Processo Seletivo Vocacionado se inscrevam no Enem se dá porque muitas políticas públicas do Governo Federal consideram a nota do Exame como pré-requisito.

Egberto Mesquita acha compreensível a apreensão dos estudantes, tendo em vista que eles estão se preparando para ingressar na universidade e não sabem para que devem se direcionar. O diretor lembra que, afinal, a decisão envolve o futuro dos alunos e diz que o que foi informado aos alunos é que haverá uma série de discussões para ouvir a comunidade.


Além da audiência pública, que será marcada pela Câmara dos Vereadores, haverá uma discussão em Patu, no dia 21, quando a Reitoria Itinerante estará no município, uma discussão em Pau dos Ferros, no dia 28 e em Mossoró, no dia 30 deste mês. Esses debates serão abertas à comunidade.
Egberto Mesquita afirma ainda que a decisão será tomada pelo Conselho de Ensino Pesquisa e Extensão (CONSEPE) e não por uma pessoa só e que a universidade é formada por pessoas responsáveis, que não têm interesse em tomar decisões que causem prejuízos aos alunos.


Com relação às políticas de inclusão social desenvolvidas pela Universidade, Egberto Mesquita diz que, independente da forma de ingresso ser o SiSU ou PSV quem determina as regras da Uern é a própria instituição, que tem autonomia para isso.

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